terça-feira, 15 de setembro de 2009

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No centro da cidade de Valpaços, em Trás-os-Montes, numa zona actualmente dita pedonal, existe um pequeno prédio, datado de 1878, que até há bem pouco tempo continha habitantes. Na actualidade, esse prédio, com a sua arquitectura própria, a sua mística, os seus segredos, está simplesmente deixado ao abandono, esquecido por quem nele passou uma vida, ou parte dela. Aos pouco as pessoas que nele viviam entravam e saiam, os que chegavam ficavam cada vez menos tempo, sendo "substituídos" por gente que acabaria por ficar ainda menos tempo, até que mais ninguém chegou... Ficou para trás um edifício, com a sua entrada aberta, permitindo aos mais curiosos, mas também a quem bem entende, entrar e sair como se da casa fosse. Esse abandono não será certamente eterno, pois Valpaços, como as outras cidades, tem os seu altos, os seus baixos, os seus ditos burgueses mas também os menos burgueses, e mais tarde ou mais cedo, o local será tomado, por sem abrigos, por gente sem alternativas, ou apenas por gente que procura um local mais isolado, escondido, esquecido, para práticas que não devem ser vistas. Mas o objectivo deste post não é fazer política revolucionária, mas sim tentar mostrar a beleza do que já não existe para muitos, a beleza do que muitos acham como podre (embora infelizmente seja o caso), mas podridão não é sinónimo de acabado. Mas para este post, infelizmente os registos são poucos; a presença de "imprevistos" pouco tolerantes, possivelmente imprevistos que não queriam ser vistos, além de algumas portas bem trancadas não permitiram mais fotografias. Mas ficam algumas que mostram o passado vivido, que mostram o tempo que foi passando e fica a promessa de uma tentativa futura, que talvez permita abrir essas portas fechadas e que permita ficar mais tempo no local, permitindo dar outra perspectiva de um sítio que pelo menos para alguns, ainda existe como algo vivo.