Hotel Salus / Hotel do Golf

Se o Hotel Vidago Palace conhece uma fama nacional (e até mesmo internacional) pela sua beleza arquitectónica e pela qualidade das suas águas termais, poucos conhecem ou ouviram falar de um outro edifício marcante e imponente, também ele no Vidago, também ele de uma beleza notável, também ele com a sua história.
Se o actual Vidago Palace data de 1910, este edifício aqui falado data de pouco mais dessa época. O local não nos apresenta nenhum índice que nos permita localizar a emblemática construção no tempo, e as referências ao mesmo são escassas.
A sua localização, assim como as inúmeras tubagens ali presentes levam-nos a pensar numa antiga estância termal. Uns possíveis balneários no fundo do corredor do piso de rés-do-chão podem confirmar esta teoria.
E de facto assim foi. Este edifício foi em tempos o Hotel Salus, datando de uma década posterior ao Hotel Vidago Palace, sendo inaugurado em 1918. Em 1930 passou a denominar-se Hotel do Golf, altura em que fora renovada a sala de jantar e construída uma pérola adjacente. No início da sua actividade, o hotel dispunha de perto de 100 quartos luxuosamente mobilados, luz directa, água canalizada e luz eléctrica. E os tais balneários anteriormente mencionados eram uma casa de duches, cabines para banhos de imersão alcalinos, carbogasosos e para banhos de limpeza, tendo ainda um gabinete próprio para massagens manuais ou vibratórioas.
As traves com aspecto a carvão mostram-nos o que levou este edifício ao esquecimento. Um incêndio levou tudo (ou quase), deixando as marcas de devastação e destruição. Este incêndio deflagrou no dia 19 de Março de 1967, deixando-nos o que ainda permanece até hoje.Mas a alma da estância fazem com que ela se mantenha de pé, para que aqueles que ali passam a vislumbrem e se deixem levar em pensamentos e viagens no passado. O local permanece com a sua verdura envolvente, permanece ali a mostrar-nos que em tempo houve ali movimento e gente que usufruía dos bens que proporcionam as águas locais. E se as varandas que permanecem penduradas nos levam a imaginar uns quartos nos pisos superiores, então podemos dizer que este é o filho do actual Hotel Vidago Palace, pois foi criado como suporte, talvez reconhecido, como sendo o local de bem estar da zona transmontana.
Para aqueles que um dia tiverem a oportunidade de passar pelo Vidago Palace, ou simplesmente pelo Vidago, passem perto desta obra, que de certo levará mais de um pelas viagens da imaginação e ao deslumbramento daquilo que de bom se fazia no início do século passado.

Casa Florestal de Vila Pouca de Aguiar

Como prometido, fica então mais uma casa florestal. Desta feita, de Vila Pouca de Aguiar. Mais uma abandonada, mais uma esquecida... E se a da Serra da Padrela foi vítima de maus tratos daqueles pseudo-rebeldes, esta foi literalmente assassinada, mal-tratada por meia dúzia de selvagens, indivíduos desprezáveis que vêem na destruição uma forma de inserção, de demarcação. Mas esquecendo esse "pormenor", fica o registo de mais uma construção notável, de mais uma dessas casinhas que todos conhecemos, inserida numa moldura natural lindíssima, rodeada de uma floresta de um verde e de uma densidade como pouco vemos no nosso país. O silêncio e o bem estar, os aromas naturais e os sons envolventes são únicos e transpõem-nos para uma tranquilidade incomparável.

Fica então o registo daquilo que é objectivo deste espaço: um local esquecido (pelo menos, a sua função e origem foi esquecida...), mas que não perdeu a sua alma e a sua essência.
Fica o convite a uma visita ao local a todos os que pretendem paz e harmonia com a natureza, tendo ainda a vantagem de estar a dois passos da Serra da Padrela, uma Serra com vistas magníficas para as cidade de Vidago, Pedras Salgadas e para uma verdura única.

Casa Florestal da Serra da Padrela

Quem não conhece estas casinhas, plantadas no meio das nossas serras, onde no seu tempo guardas florestais pernoitavam, à escuta de qualquer perigo, em noites de prevenção? Qualquer um de nós já teve a sorte de vislumbrar estas pequenas construções, inegavelmente portuguesas, repletas de beleza, pintadas em quadros naturais que nos deixam de boca aberta. Por elas foram passando grupos de homens apaixonados, apaixonados por toda a natureza envolvente, por toda a paz que o sitio transmite, apaixonados pela sua missão de manter as nossas florestas verdes. vivas e maravilhosas. Nelas se terão contado milhares de historias, nelas se hão-de ter passado momentos únicos, e toda a nossa imaginação transporta-nos para esses momentos, para essa época, deixando-nos vaguear num mar imaginário, contemplando o local, contemplando tudo em seu redor, ouvindo os sons que a natureza nos transmite. Por estas casa passaram centenas de homens, e hoje muitas estão puramente esquecidas onde foram construídas, abandonadas ao vandalismo de alguns miúdos que aproveitam o sítio para "respirar" natureza, mas que não apagam o simbolismo e tudo o que estas pequenas construções representam. Ficam alguns registos de uma delas, ficando para breve imagens de mais do mesmo, pois embora sejam todas iguais ou muito semelhantes, todas têm a sua história para contar, todas têm a sua magia, todas têm a sua própria personalidade, transmitindo-nos cada uma sensações diferentes e únicas .